SAUDADES DA INFÂNCIA
A semente germe o trigo,
A infância o indivíduo,
Saudades daquele monte antigo!
A casa regressávamos... Não parava!
Com cansaço ficou entorpecido,
A cavalo, com meu avô, galopava!
Meu avô, do vinho, muito gostava!
Nesse dia no riacho caímos,
No cavalo, já não se equilibrava!
Entre montes e barrancos corria,
No Alentejo que me viu crescer,
Ao longe, via os touros e fugia!
Junto de meus avós, meses passei,
Atrás dos pintos, de vara andava,
de tanta traquinice, alguns matava!
Quando, ao longe, a minha mãe avistei,
Não sabia, o que fazer e lhe dizer,
Atrás d'uma porta, os mortos, fui esconder!
No casamento de tia "Táta" chorei!
Com cinco anos de idade, até pulei,
Os dedos, na porta do carro, lá entalei!
Gostoso o pão e bolos que avó fazia,
Ao pequeno-almoço até me lambia,
Até o café, ferrado com brasa, bebia!
Há luz da candeia, à mesa jantava,
Na noite de Natal, à lareira ficava,
De manhã, no sapatinho, lá a prenda estava!
Aos serões, corria prà casa da malta,
Ouvia contadores de histórias inventadas,
Com medo ficava, fugia logo da malta!
Saudades dos aromas do campo,
Da roseira, alecrim, rosmaninho
E daquele, antigo, monte Alentejano!*
FrancK P_LavD